conversadetravesseiro

quinta-feira, agosto 12, 2010

ÀS VEZES O AMOR

-Que hei-de eu fazer
eu tão nova e desamparada
quando o amor
me entra de repente
pela porta da frente
e fica a porta escancarada?

-Vou-te dizer
a luz começou em frestas
se fores a ver
enquanto assim durares
se fores amada e amares
dirás sempre palavras destas:

-P'ra te ter
e p'ra que de mim
não te zangues
eu vou-te dar
a pele do meu cetim
coração carmesim
as carnes e com elas sangues

Às vezes o amor
no calendário
noutro mês é dor
é cego e surdo e mudo
o dia é tão diário
disso tudo

-E se um dia a razão
fria e negra do destino
deitar mão
à porta à luz aberta
que te deixa liberta
e do pássaro se ouça o trino:

-Por te querer
vou abrir em mim
dois espaços
p'ra te dar
enredo ao folhetim
a flor ao teu jardim
as pernas e com elas braços

Às vezes o amor(...)

-Mas se tudo tem fim
porquê dar ao amor guarida?
Mesmo assim
dá princípio ao começo
se morreres só te peço:
da morte volta sempre em vida
da morte volta sempre em vida

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